COP 30: O que as empresas brasileiras precisam saber
- Antonio Clark Portinho

- Oct 30
- 4 min read
Em novembro de 2025, Belém do Pará será palco da COP 30, a conferência da ONU que reúne líderes e especialistas do mundo todo para discutir o futuro do planeta.
Desde 1995, o evento é um dos principais espaços de debate sobre como frear o aquecimento global, conter o desmatamento e impulsionar o uso de energias renováveis.
A escolha da Amazônia como sede é simbólica: mostra a importância do Brasil nas questões climáticas e coloca o país e suas empresas no centro das atenções.
Mas o que esperar da COP 30? E como as decisões tomadas lá podem impactar o dia a dia dos negócios brasileiros?
É sobre isso que falamos a seguir.
Boa leitura!
O que é a COP e qual o seu papel global
A Conferência das Partes (COP) foi criada como órgão decisório das Nações Unidas sobre questões relacionadas à mudança do clima e, desde 1995, orienta o esforço internacional para frear o aquecimento global.
Um dos marcos históricos da COP foi o Acordo de Paris, em 2015, que estabeleceu metas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, alinhando países em metas de mitigação e adaptação e fomentando a transparência com relatórios periódicos.
Além da mitigação das emissões, a COP também incentiva o debate sobre a adaptação às mudanças que já estão em curso.

COP 30: sua importância para o Brasil e impactos para as empresas
Apesar do crescente número de países envolvidos e avanços, o cenário atual enfrenta desafios como a saída de alguns países das ambições maiores.
Aqui no Brasil, a COP 30 será de extrema importância, especialmente pelo protagonismo que o Brasil pode exercer ao sediar o evento.
A escolha de Belém como sede da COP 30 não é apenas simbólica, mas estratégica, já que a Amazônia, maior floresta tropical do mundo, é hoje um dos principais reguladores climáticos globais.
Para o Brasil, sediar a COP 30 representa a chance de reafirmar o seu papel na agenda climática global e mostrar avanços concretos em políticas ambientais.
Para as empresas, a expectativa é que a COP 30 influencie a formulação de novas regras regulatórias com metas rigorosas de descarbonização, além de ampliar a pressão por transparência e divulgação climática nas práticas empresariais.
5 pautas que vão estar em alta na COP 30
A agenda oficial da COP 30 deve focar em temas centrais para a preservação ambiental e o enfrentamento das mudanças climáticas.
A seguir, confira alguns temas que devem impactar de forma direta as decisões da sua empresa.
1. Metas de redução de emissões
O planeta precisa que os países se comprometam com metas mais ambiciosas de corte de gases que aquecem a Terra.
O Brasil, por ser o país anfitrião, deve anunciar uma atualização das suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), ou seja, planos de ações ambientais, que deverão refletir uma maior responsabilidade com a redução das emissões até 2030 e 2050.
Para as empresas, isso significa a necessidade de revisar suas estratégias de sustentabilidade, além de investir em tecnologias melhores, energias renováveis e processos mais eficientes.
2. Mercado de carbono
O mercado de carbono é fundamental na transição para uma economia de baixo carbono. A ideia é que empresas que emitem menos do que o limite estabelecido possam vender suas cotas sobrantes, enquanto quem poluir além terá que comprar permissões.
No Brasil, a expectativa é entrar em uma fase mais organizada, que deve regular melhor o mercado. Para quem já entende ou quer se preparar, esse é um grande campo de oportunidades.
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3. Combate ao desmatamento e preservação da Amazônia
Por estar sediando a COP na Amazônia, o Brasil deve levantar com força a pauta do desmatamento zero e da recuperação de áreas degradadas.
Nesse cenário, empresas de manejo sustentável, reflorestamento, projetos de bioeconomia e inovação na floresta terão um espaço de destaque.
4. Financiamento verde e inovação sustentável
Projetos de energias renováveis, transporte limpo, agricultura regenerativa e tecnologias que protegem o clima devem passar a ter maior incentivo financeiro.
Após a COP 30, a tendência é que governos e bancos ofereçam recursos específicos para estimular esses segmentos. Assim, as empresas que investirem em inovação e sustentabilidade podem ter mais facilidade em buscar financiamentos verdes.
5. Transparência e relatórios ESG
Por fim, após a COP 30, é provável que surjam novas exigências para que empresas divulguem de forma clara suas emissões, riscos climáticos e estratégias relacionadas à sustentabilidade.
O objetivo será fomentar uma cultura de responsabilidade e prestação de contas, e sua empresa deve estar preparada para essa mudança.

Como as empresas podem se preparar para as mudanças pós-COP 30
Como vimos, as empresas brasileiras, independentemente de seu porte ou setor, precisam adotar medidas para alinhar suas operações às demandas que a COP 30 trará, incluindo:
Fazer um diagnóstico detalhado da pegada de carbono para entender a origem das emissões e definir planos de redução e compensação;
Estabelecer metas claras de sustentabilidade, integrando-as à governança corporativa e alinhando com as metas nacionais e globais;
Engajar fornecedores e parceiros para garantir práticas sustentáveis ao longo da cadeia de valor, reforçando a credibilidade e criando uma rede de impacto positivo;
Investir em tecnologias que permitam processos mais eficientes e menos poluentes, priorizando fontes renováveis e economia circular;
Aperfeiçoar a governança e comunicação com stakeholders ao fazer uso de relatórios ESG transparentes, que agreguem valor à marca e atraiam investimento verde.
Conclusão
A COP 30 pode ser um divisor de águas para o Brasil e para as empresas brasileiras. Afinal, o evento colocará o país sob os holofotes mundiais, impulsionando uma agenda ambiciosa para a economia verde, a preservação da Amazônia e a descarbonização.
Para se manter competitivo neste cenário, é preciso planejamento, transparência e, acima de tudo, estratégia. Tudo isso é possível ao contar com o parceiro certo ao seu lado.
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